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US Media usa modelo de resale para viabilizar negócios de marcas que não têm operação própria na América Latina, mas desejam ter acesso a esse mercado;
Publicada em 1º de Outubro de 2023
Em julho do ano passado, em movimento recebido com surpresa pelo mercado, a Netflix escolheu a Microsoft como parceira de publicidade para construir o modelo de assinaturas suportado por anúncios. Essa foi a primeira de uma série de notícias envolvendo as duas companhias, que vão desde a eventual reestruturação do acordo até a suposta intenção de aquisição da Netflix pela Microsoft. Mas, para além do relacionamento entreas empresas, o acordo chamou a atenção para um modelo de negócio: o resale, ourepresentação comercial e publicitária.
A US Media, que oferece serviços de publicidade para publishers globais na América Latina, testemunhou esse avanço no interesse pelo resale. Criada em 2003 pelo brasileiro Bruno Almeida, que é também o CEO, a companhia desenvolveu seu negócio com grandes empresas, muitas vezes de capital aberto, que decidiram não ter operação própria na América Latina. Mas que, ao mesmo tempo, mobilizavam o interesse dos anunciantes latinos pelas suas plataformas.
O trabalho da US Media envolve, por exemplo, o estudo de ida da marca ao mercado, a contratação do time e até mesmo a ativação de marketing. A companhia está presente em 13 países da região e revende a mídia de plataformas de empresas nativas digitais como Tinder, WeTransfer e Amadeus.
No total, são 30 companhias, das quais cinco têm acordos exclusivos de revenda. No ano passado, a companhia registrou crescimento de 50% no seu negócio. Almeida explica que a oportunidade do negócio se dá a partir da expansão geográfica dessas plataformas. Muitas são originárias dos Estados Unidos e, assim, já cobrem o maior mercado publicitário do mundo. Depois, seguem para Europa e Asia/ Pacífico, onde conseguem estabelecer escritórios em países de língua inglesa. Na sequência, partem para novas geografias. “Quando pensam em América Latina, acham que vão operar de forma muito parecida com o restante do mundo. Mas nós não temos o euro (que é adotado por 20 países da Comunidade Europeia). São 57 moedas e sistemas impositivos diferentes”, explica o executivo. Além disso, com o avanço da inteligência artificial (IA), a aposta da US Media é que surjam mais plataformas baseadas em tecnologia e que se beneficiem desse modelo. Além da IA, Almeida cita o crescimento de áreas como TVs conectadas e retail media.
Em paralelo, a venda de mídia tem se consolidado como linha de receita para plataformas baseadas no modelo de assinatura. A WeTransfer passou por esse processo e, segundo a US Media, soma quase 200 anunciantes. Estudo aponta que o formato gera bons resultados quando se trata de reter a atenção do usuário.”Sinto que teremos, cada vez mais, esses super apps com publicidade”, prevê Almeida.
Há quatro anos, a US Media montou time criativo exatamente para auxiliar as marcas nesse processo. A equipe estuda os dados das plataformas e identifica possíveis conexões para os anunciantes. Para os próximos anos, a companhia pretende manter o crescimento com expansão pelo Brasil, aumento na base dos clientes e com novas plataformas para serem comercializadas na América Latina. A proposta, afirma o fundador Almeida, é dobrar o número de marcas atendidas até 2028.
POR TAÍS FARIAS [email protected]
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